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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

INSTINTO

        
          Hoje, nós vamos nos engedrar em um intricado filme, que eu assisti e tive que desenvolver um trabalho na época em que fazia a faculdade de ciências da religião. Meu professor de psicologia, se bem me lembro, passou este longa, junto à outros. Tenho, ainda : A Sociedade dos Poetas Mortos e, acho eu, Laranja Mecânica; mas este, ainda não consegui encontrá-lo. Logo, o que vocês verão nestas próximas linhas, será o meu lindo trabalhinho, com o qual tirei nota 4,0. Ei, calma aí, valia quatro!!Se bem me lembro!RS.


           Falaremos, desse modo, do filme cujo o título é :Instinto. Percebemos à priori, o entrechoque dos fatos sociais. Uma sociedade de características primitivas choca-se com a sociedade vigente. Resultando na primeira razão de ser do filme; coerção social, que os levará á cadeia. O longa é um grito à liberdade, um protesto à manipulação de qualquer nível.


           O personagem central: o antropólogo; será a linha de pensamento pela qual o autor abordará os conflitos da sociedade. Dessa maneira, vivendo em uma sociedade primitiva, o mesmo, após ser aceito pelo grupo de macacos passa a apresentar as características sociais deste grupo: ou seja, ausência de fala, andar em grupo como defesa, ou mesmo, viver no modo de subsistência. Voltará, inclusive aos instintos mais primitivos do homem, razão ao título do filme.

             Desse modo, o instinto, peça chave no filme, se aflora na personagem quando fora da sociedade que conhecemos caracterízada por rígidos fatos sociais que dificultam a saída dessas primitivas ações humanas. Isto é, o antropólogo utilizará a agressão , e acabará assassinando vários guardas para defender sua família de macacos. (O que a nossa sociedade renega e, por isso sacraliza este ato como condenável e criminal. 


             Assim, a partir do momento no qual o antropólogo passa a ser o "locutor" e agente de uma fato social, dentro de um universo que não o comporta (sociedade civilizada), acaba-se por causar uma impressão de que aquele indivíduo representa um risco à sociedade e que, por sua vez, sua atitude apresenta um quadro patológico e não aceitável.
        

         

              Aliás, na cena em que seu psicólogo tenta uma conversa com ele; vemos aí, o fato social no qual se enquandra o idioma. Esta fulcral característica social é repudiada por ele, pois, como sabemos, é característica das "culturas civilizadas". 



              Importante é percebemos a visão da ciência configurada como fato social. Haja vista da concepção ciêntífica do psiquiatra que acredita "que os métodos ciêntíficos revelariam facilmente os segredos da vida". No decorrer do filme, há uma conscientização por parte do psicólogo que a ciência não é uma verdade absoluta, e dessa maneira, a vida seria muito mais complexa que regras científicas.



          Em contrapartida, quando o foco passa a ser a cadeia, vemos a tentativa por parte de determinados personagens em estabelecer, através da coerção, algo, ao menos, que se assemelhe a ordem externa. Observamos, logo que a prisão é nada mais que um micro universo dentro de algo maior, que é a sociedade, um lugar reservado àqueles que apresentam os fatos sociais caracterizados como patológicos.


 
               Por fim, o filme destaca valores reais da vida humana, como a solidariedade, e mostra a superfície das ilusões, mantidas, muitas vezes, à custa de manipulação, sacrifício da liberdade ( cujas grades nós construímos) e tolas vaidades, verdadeiramente passageiras.


       PS: Me veio a idéia de usar este trabalho quando em uma reportagem da rede record, a qual falava de supostos temas de crianças que cresceram junto a animais. como: A lenda de: Rômulo e Remo; um dos quais foi o fundador da grande cidade de Roma; criados por uma loba. Ou mesmo, o nosso Tarzan, rei das selvas. Outra reportagem  aliás mostrava uma menininha ucraniana, que vivia desde criança entre os cachorros da casa e agia tal qual.




               Vejo nestes exemplos, o debate vital que é a influência da sociedade sobre o homem, ou mesmo, o grupo sobre sobre o individual. Molda, pois ,todas as suas características. O imprime, e o força a ser igual, e a cumprir as regras sociais. É vital este entendimento. Um dia, lia duas apostilas. Uma sobre o behaviorismo, e outra de Franz Boas; quando me deparei com duas frases que me marcaram muito. Então , hoje deixo a vocês: 

    UMA PESSOA MODIFICA O COMPORTAMENTO DE OUTRA MUDANDO O MUNDO EM QUE ESTA VIVE !!!


      AS CARACTERÍSTICAS DESCORRENTES DA FASE DA ADOLESCÊNCIA SÃO ATRIBUIDOS À SUA PROGRESSIVA PARTICIPAÇÃO COM DETERMINADA TRIBO.
                                                                Franz Boas